terça-feira, 23 de setembro de 2008

Por que o estágio para quem não exerce o magistério: o aprender a profissão

Segundo PIMENTA e LIMA, o estágio supervisionado para alunos que ainda não exercem o magistério pode ser um espaço de convergência das experiências pedagógicas vivenciadas no decorrer do curso e, principalmente, ser uma contigência de aprendizagem da profissão docente, medida pelas relações sociais historicamente situadas(p.102).

A prática de docência é um dos caminhos para a formação do educador. A finalidade do estágio é proporcionar ao estudante experiência prática na sua formação, concedendo-lhe complementação do ensino aprendizagem. Através do estágio é possível também que o discente ressignifique seus saberes e produza novos conhecimentos.

Quando o aluno parte para a prática em sala de aula geralmente se depara com dificuldades e situações de conflito diante da real condição das escolas e as contradições entre o escrito e o vivido, o dito pelos discursos oficiais e o que realmente acontece. É muito difícil colocar em prática as teorias estudadas durante o curso de formação.

Todavia, mesmo diante dessas dificuldades, sabemos que é no estágio que temos a oportunidade de adquirir e aperfeiçoar competências. Para um estágio realmente significativo se faz necessário uma reflexão e análise constante da realidade escolar apresentada como também a compreensão do cotidiano da escola para que se possa encontrar formas de interação e intervenção de maneira responsável. Aprender a profissão docente no decorrer do estágio supõe estar atento às peculiaridades e as interfaces da realidade escolar em sua contextualização na sociedade.

Citam ainda, as autoras, que a pesquisa é componente essecial das práticas de estágio, apontando novas possibilidades de ensinar e aprender a profissão docente, inclusive para os professores formadores, que são convocados a rever suas certezas, suas concepções do ensinar e do aprender e seus modos de compreender, de analisar, de interpretar os fenômenos percebidos nas atividades de estágio. Assim, o estágio torna-se possibilidade de formação contínua para os professores formadores.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A pesquisa como eixo de formação docente

Na aula do dia 27/08/08 discutimos sobre o que seria pesquisa. Cada aluno colocava em pedaços de papel sua opinião sobre o conceito que eles tinham de pesquisa. Quando as idéias foram sendo expostas, basicamente o conceito de pesquisa foi definido como sendo: a busca de informações satisfatórias, investigação, ver além do senso comum.

Prosseguindo a aula, foi sugerida pela professora Socorro Cabral a leitura do texto de ESTEBAN e ZACCUR:"A pesquisa como eixo de formação docente". Na discussão dos alunos sobre o mesmo, ficou claro que é de fundamental importância que o professor seja um constante pesquisador.
As autoras levantam questionamentos à respeito do professor da escola básica que deveriam ter participação na construção das mudanças que desejamos ver implantadas no interior da escola. O fato destes professores se sentirem negados pode ser o motivo da resistência, ou conformismo diante das novas propostas que lhe são apresentadas.
Entretanto há aqueles professores que se inquietam com os rumos tomados pela educação e buscam uma nova forma de ressignificar os conhecimentos do aluno e sua prática cotidiana, fazendo valer seu papel de professor pesquisador que busca contextualizar informações para que o educando avançe em seu processo educativo.
O distanciamento entre os acadêmicos e os profissionais da educação básica é grande. Quem vive o cotidiano da escola não se reconhece no texto teórico, sentindo-se negado; quem teoriza precisa estar atento para não se abstrair da realidade da escola.
O que ESTEBAN e ZACCUR propõem é o diálogo entre teoria e prática, diálogo este que alimenta o pesquisador acadêmico e o professor-pesquisador, com significativos avanços para todos os atores envolvidos. Assim o professor não se sentirá mais um mero executador do pensado por outrem e os pesquisadores se aproximam melhor do objeto investigado.
Ao lado disso é de fundamental importância que o professor se instrumentalize para observar , questionar e redimensionar seu cotidiano. Tal movimento só se torna concreto através do permanente diálogo prática-teoria-prática.

Considerando que a prática docente para atingir resultados significativos precisa de um aprofundamento teórico consistente, adaptado a realidade onde se dá o processo formativo, um professor que assume uma postura investigativa, precisa de uma ampla leitura crítica da bibliografia especializada, para que ele possa estar sempre informado, inovando e redefinindo conceitos. O educador precisa pensar sua prática e problematizar, pois a prática interroga e atualiza a teoria e vice-versa.

Portanto é necessário compreender que todo profissional da Educação nunca está pronto, que a busca pelo conhecimento é um processo inacabado e que ele deve está sempre em constante descoberta.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Reflexões do Processo de Formação Acadêmica

"Se não morre aquele que escreve um livro ou planta uma árvore, com mais razão, não morre o EDUCADOR que semeia VIDA e escreve na alma"
Jean Piaget

Reviver minha formação educacional desde os primeiros anos, fez-me refletir sobre o papel da escola na formação humana e profissional. Os primeiros anos escolares, certamente são responsáveis pela base de toda aprendizagem que se desenvolverá ao longo de toda educação formal e informal.
Iniciei a minha caminhada estudantil aos cinco anos de idade para cursar a Educação Infantil. Via minhas irmãs mais velhas frequentarem a escola usando uniforme e material escolar e ficava morrendo de vontade de chegar logo a minha vez também. Foi com a maior felicidade que fui para o meu primeiro dia de aula e não dei o menor trabalho quando minha mãe me deixou na sala de aula.
Era uma escola da rede particular de ensino em Salvador, cidade onde nasci, e por se tratar de um colégio de freiras, a disciplina era muito rígida. Mesmo assim guardo as melhores recordações dessa época...
Fui alfabetizada com o método de Iracema Meireles chamado "A Casinha Feliz". O aspecto lúdico deste método me fez aprender a ler e escrever criando uma ligação afetiva com as letras. Lembro até hoje que na sala em que estudava tinha uma casinha de madeira e as letras iam sendo apresentadas gradativamente pela professora em um teatrinho infantil, depois as letras iam se combinando e formando palavras. Isso ficou guardado para sempre na minha lembrança. Depois cursei o ensino fundamental e o ensino médio na mesma escola, na qual possuia um curriculo tradicional e a metodologia do professor era baseada numa concepção arcaica e tradicional, onde o professor era encarregado de transmitir o conhecimento, o aluno um elemento passivo, que recebia e assimilava o que era transmitido. O sistema de avaliação media a quantidade de informação absorvida. A minha relação com os professores sempre foi tranqüila, não recordo de nenhum problema com os mesmos.
Depois que terminei o Ensino Médio(Científico), fiz o meu primeiro vestibular para Letras Vernáculas com Língua Estrangeira na UFBA, o qual cursei até o V semestre. Resolví interromper o curso porque me sentia desestimulada principalmente com as constantes greves comuns em faculdades da rede pública, época também, em que me casei e seguí outros rumos...
Há cinco anos, vim morar em Jequié e resolví entrar na Faculdade novamente. De todos os cursos oferecidos pela UESB escolhí Pedagogia por ser o que mais me identificava.
Em agosto de 2004, comecei a estudar, mas não tinha noção alguma de educação. Educar para mim se restringia a repassar conhecimentos. Por muito tempo pensei assim, a falta de estímulo e de perspectivas com a futura formação atrapalhavam-me na descoberta do verdadeiro sentido do que é ser um educador.
No decorrer do curso fui aprendendo que ser educador não é só saber ministrar conteúdos, mas também é aquele que estimula a reflexão, a crítica e o aprendizado mais amplo do aluno. Um bom professor não se faz apenas com teorias, mas principalmente com a prática e o estímulo a uma ação-reflexão e a uma busca de um saber mais e de um fazer melhor. Nesse sentido, Freire nos diz que: "Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção"(FREIRE,1999,p.24)
Hoje, depois de quase quatro anos dentro da universidade, ainda existem alguns obstáculos que desanimam não só a mim, mas acredito que a grande maioria dos estudantes do curso de Pedagogia e aos que já estão formados. Os mais comuns são: desvalorização do professor, má remuneração, falta de material pedagógico e a pesada carga horária. Sabemos que um grande número de educadores na sala de aula se depara com a frustante realidade de dispor apenas de giz e de sua habilidade fônica, e, como se não bastasse, ainda necessita levar para casa grande acúmulo de provas e trabalhos para corrigir, o que consome o tempo que deveria ser dedicado ao descanso ou a família.
Mesmo enfrentando tantas dificuldades, grande parte resiste, não descuida da missão de educar e não desanima diante dos desafios. É admirável o professor que acima de tudo é otimista, que acredita que apesar dos obstáculos e limitações que permeiam o seu dia-a-dia, pode sempre fazer o melhor. No decorrer do curso, fui aprendendo esses valores.
Não posso dizer que serei uma professora plenamente realizada, uma vez que os problemas acima mencionados me colocam frente a uma dura realidade. Porém hoje posso afirmar que a minha aversão acabou, que já me vejo trabalhando como educadora, e, sem utopia, acredito em mim mesma, num futuro promissor para a educação se cada uma de nós fizermos nossa parte para que ele aconteça.

sábado, 13 de setembro de 2008

Estágio de Observação

A semana de observação do estágio foi muito importante porque pude fazer uma avaliação de todo o contexto da escola como gestão, coordenação, professores e alunos contribuindo assim, para aplicação do meu trabalho na regência. Conhecendo o espaço da escola e da sala de aula consegui fazer um breve diagnóstico dos alunos que irei trabalhar percebendo o contexto em que os alunos estão inseridos.

A observação é componente essencial para a intervenção no estágio. Uma postura investigativa de atenta escuta interior e exterior é o ponto de partida para que um exercício docente alcance resultados significativos. Compreender a escola em seu cotidiano é condição para qualquer projeto de intervenção, pois o ato de ensinar requer um trabalho específico e reflexão mais ampla sobre a ação pedagógica que ali se desenvolve. Pimenta e Lima (2004, p.104), afirmam que
"Aprendemos na escola que o ver e o escutar de forma crítica e reflexiva o que estava em nossa volta propicia um novo olhar. Um olhar que escuta, ouve e aprende a ver o outro, a realidade cria e busca a sintonia do outro, do grupo e de outras pessoas "

Ao lado disso, a observação do contexto escolar o qual iremos atuar possibilita uma compreensão inicial do processo educativo daquele espaço nos permitindo refletir sobre as interações e comportamentos desempenhados. Neste espaço de tempo foi possível coletar informações que foram contextualizadas e que permitiu aos estagiários que ainda não atuam na educação ressignificar seus saberes e produzir novos conhecimentos sobre a docência.